Hoje a Mrs. Pig (Leitao) mostrou como um
legitimo keynesiano fica atonito quando suas crencas em teorias economicas erroneas
nao funcionam na pratica – e elas nunca funcionam. Nos seus dois comentarios
diarios na CBN (aqui e aqui), Miriam Leitao engrossa o coro daqueles que nao
entendem como pode no Brasil a inadimplencia dos consumidores estar caindo e as
taxas de juros pagos dos pobres mortais estarem subindo. Vamos ver se consigo
dar uma luz a mulher.
Primeiro, o governo controla
diretamente mais de 50% do credito no pais, atraves dos bancos estatais. Isso
significa menos concorrencia na praca. Logo quem tem acesso a esse credito
quase que monopolizado repassa para a clientela com um spread maior. Aqui
inclui o caso de financeiras e bancos de menor porte.
Segundo , o estado balofo brasileiro
comanda mais de 45% da economia interna. Agora image so, para que um sujeito
(banco) vai emprestar a Joaos e Marias, com 15% ou 20% de retorno ao ano e um
baita risco, se o governo paga limpinhos 12-13% (e subindo no momento)? Logico que nao. Por isso
que vemos instuicoes cobrando o dobro ou mais de juros nos emprestimos,
inclusive do automovel mencionado por Miriam, que e baixo (~ 22 % ao ano!) pois
o bem pode ser tomado facilmente em caso de inadimplencia.
Terceiro, as operadoras de cartoes de
credito nao sao bobas. Elas sabem que o Brasil e um lugar dos quem tem e dos quem nao tem,
daqueles que pagam e daqueles que nao pagam. Entao para se proteger de uma
eventual debandada de inadimplencias, as operadoras colocam um alto custo
aqueles que se atrevem a nao pagar. Mas isso nao ocorre somente no Brasil.
Claro que os juros sao expressivamente maiores. Mas a inadimplencia no cartao
aleija tanto o brasileiro quanto americanos, canadenses e europeus.
A lista pode se alongar, mas querer
sugerir que estao de sacanagem com o consumidor por causa dos juros cobrados no
pais e que o governo tem que fazer alguma coisa, na marra por decreto talvez,
como Miriam menciona, e nao enxergar que o problema emana justamente do Estado.
Portanto, menos governo e mais mercado.