sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O desprezo pelo conhecimento no Brasil - Resposta a Sabine Righetti (Blogueira da Folha de Sao Paulo)

Dando uma sapeada aqui e ali pela internet, acabei parando na Folha de São Paulo. Admito que, além das noticias, gosto de dar uma olhada nos textos de comentaristas e blogueiros. Ai hoje me deparo  com um post : “Bolsistas no exterior não falam inglês por porque ninguém fala inglês”, escrito por Sabine Righetti, doutora e especialista em politicas de educação e ciência. Bom, pelo titulo já notei que havia um redondismo tremendo. Ao ler o texto a coisa piorou.
Righeti puxa o fato que alunos brasileiros no exterior, principalmente aqueles contemplados com  bolsas do programa Ciências sem Fronteiras, apresentam tremenda dificuldade na língua inglesa. Por esse motivo não estão sendo aceitos em institiucoes e os alguns que já foram podem ter que voltar ao Brasil devido a deficiência linguística. Ate ai tudo bem, tudo entendido. Mas a coisa se complica quando a doutora apresenta seu diagnostico e sua solução para se resolvêr o problema. Segundo Sabine os alunos brasileiros não falam, não escrevêm e não leem em inglês porque no Brasil não temos inglês nas universidades. Devido a isso, os alunos não podem praticar a lingua inglesa, escrever suas dissertações, fazer publicações,  falar com os amigos no campus etc . O remédio, segundo a blogueira, seria colocar inglês nas univêrsidades e pronto, tudo seria resolvido.  Com suas próprias palavras ela diz: ...” Simples: porque no Brasil não há inglês no ensino univêrsitário”. Oras, sera que a doutora se esqueceu que todos os estudantes brasileiros tem oito, eu disse “OITO”, anos de ensino da língua inglesa? Pelo currículo do MEC, a garotada começa os estudos do inglês no quinto ou sexto ano do fundamental e vão ate o fim do ensino médio.  Isso no setor publico. No privado, crianças tem dois ou três anos a mais. Isso seria, em qualquer pais do mundo, carga horaria suficiente para ser ter sólidos conhecimentos da língua.
A solução da blogueira me faz lembrar  a parodia do carpinteiro que vê somente o martelo como soluções para qualquer tipo de problema, ou sejá, tudo eh prego . A doutora Righeti, como professora da UNICAMP, naturalmente apoia mais do mesmo. Alias, eu estudei na UNICAMP e la havia sim cursos avulsos de línguas, que qualquer um poderia se matricular, bastando tao somente vontade propria. Entao não Sabine, os alunos não falam inglês porque ninguém fala inglês, mas sim porque a metodologia de ensino, não somente línguas mas como nas demais disciplinas, eh feita de forma erronea, não previlegiando o conhecimento e sim o “canudo” e os titulos.
Todos os estudantes univêrsitaros serios já sabem inglês antes de ingressar nas instituicoes. Alias, inglês , em faculdades consideradas relevantes, eh um pre-requisito  na admissao dos calouros atravês dos vestibulares.
No pequeno post a professora aprovêita tambem para defender o indefensavel: de que  as universidades brasileiras sao pouco internacionalizadas (leia-se  sem expressao alguma mundialmente) porque os alunos não escrevem em inglês e não o aprendeem nas universidades. Oras de novo. Que falacia  e essa? Quem ela pensa que engana? As universidades brasileiras não sao pouco internacionalizada, isso e eufemismo. O Brasil esta totalmente fora da comunidade intelectual internacional. Nenhuma descoberta de importancia relevante acontece no pais. A razao disso não e falta de língua estrangeira e sim a coisificacao, massificao do ensino e a veneracao aos titulos . Isso sim e o motivo pelo qual universitarios não falam inglês: desprezo ao conhecimento, muitas vezes aliadas a ideologias “anti-imperialistas” que pairam nas cabecas de estudantes, principalmente nas areas de estudos sociais.

Entao esse pessoal que estaria voltando ou não indo para instuicoes onde o ingles eh requsito, seriam por dois motivos na minha visao: ou frequentam ou frequentaram universidades de baixa qualidade que se espalham aos montes pelo Brasil e ou se trata de cotistas em instituicoes de um pouco mais gabarito. Aposto 1 cent que se pesquisarem sera isso que vão encontrar. 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Quem paga as termeletricas: A falta de logica primaria.

Uma reportagem no UOL online de hoje nos diz que o governo, como sempre caridoso, aceitou fazer uma vaquinha com os cidadãos: vai pagar meia-meia da conta de energia produzida pelas termeletricas.  Isto é mais uma mostra absurda de falta de coerencia primária que habita na sociedade brasileira.
Como sei que alguns preferem que se desenhe imagine a seguinte situacao: um amigo teu, conhecidamente gastador e na qual o trabalho nao seja seu forte, acabou de te pedir emprestado uma grana. Voce, na maior boa vontade, empresta para o sujeito já com vagas esperanças de ser reembolsado.  Dias depois o camarada resolve dar uma festa - na qual voce nao quer ir, mas pela boa amizade acaba aceitando .  Passado a festa, o amigo cara-de-pau se vira para os convidados e diz que voces terão que pagar meia-meia e que ele, muito justo e orgulhoso de si, vai arcar com os outros 50%. Agora a pergunta: Quem realmente bancou a festa?

É exatamente essa falta de lógica que esta no Brasil e de forma crescente. O estado-amigão continuamente nos toma “emprestado” , nos promentendo festas na qual não pedimos e não queremos. Esta na hora dos de boa indole aprender e praticar uma palavra: chega.